Jamais Fomos Hamlet « eRevista Performatus

No meio do caminho, em cujas extremidades encontram-se, distantes, a natureza e a cultura, encontra-se Hamlet, clamando para um deus morto: “eu quero ser uma máquina!”. Até que a última cena termine – e ainda que seu drama não se realize –, ele irá blasfemar mais de uma vez, qual Donna Haraway, sua condição de humano e de personagem (persona, do latim, máscara): “eu era Hamlet”, afirma, imputando ao pretérito imperfeito uma condição ontológica aparentemente impossível; “não sou Hamlet”, aponta

A Educação Infantil como referência para a todas as etapas (e para a vida)

Um jardim da infância constante, por onde podemos circular livremente e onde nossos interesses sejam atiçados por estímulos visuais e sonoros que movimentem nossa criatividade. É assim que Mitchel Resnick, pesquisador do Massachusetts Institute of Technology (MIT, uma das principais universidades do mundo) imagina que os ambientes escolares deveriam ser ao longo de toda a vida. Resnick é coordenador do Lifelong Kindergarten (“Jardim de Infância pela Vida Toda” em inglês), grupo de pesquisadores

Combater a discriminação para promover a liberdade

Uma pesquisa realizada em 2009 pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em parceria com o Ministério da Educação (MEC) apontou que alunos negros e homossexuais eram as principais vítimas de bullying escolar. Os pesquisadores entrevistaram 18.599 pessoas, entre alunos, pais e professores. Desse total, 94,2% admitiram ter algum preconceito étnico-racial e 87,3% em relação à orientação sexual (leia o quadro na página seguinte). Os dados, ainda válidos nos dias de hoje, confirmam uma r

Da submissão à performance

Um vídeo mostra uma mulher negra, vestida de branco, cercada por utensílios de metal. Ela esfrega uma caneca de alumínio com o próprio cabelo. Bombril é o nome da obra, realizada pela artista visual Priscila Rezende. E o que esse vídeo tem a ver com o quadro Limpando Metais, do pintor Armando Martins Vianna (1897-1992)? Refletir sobre essa questão é uma boa maneira de provocar a turma a compreender qual papel os corpos negros exerceram em diferentes momentos da história e da arte no Brasil.

Muito além da cor da pele

No formulário de matrícula, em pesquisas como o Censo e até em livros didáticos aparece a categorização de raça: branca, preta, parda, amarela e indígena. Por trás dela, não existe nada de científico. Apenas uma pequena parcela dos nossos genes contêm informações sobre características perceptíveis a olho nu. Prova disso é que a espécie humana tem 60% em comum, geneticamente falando, com uma mosca. Dá para imaginar, então, que a cor da pele ou a textura do cabelo são modificações muito pequenas no DNA.